Na última terça-feira, dia 26, a criadora de conteúdo e idealizadora do Museu do Isolamento, Luiza Adas, anunciou o novo nome para o espaço online que criou em 2020: Museu do Agora.
Criado durante a pandemia de Covid-19, o museu online tinha como objetivo compartilhar produções artísiticas sobre o isolamento social, garantindo a divulgação de artistas independentes e promovendo acesso à arte de maneira livre e democrática. “É uma maneira de trazer o museu a você, já que você não pode ir até ele”, me disse Luiza em uma entrevista realizada no ano da inauguração.
A iniciativa ganhou uma visibilidade enorme: Luiza realizou diversas entrevistas e, em poucos dias, o Museu do Isolamento atingiu cerca de 3 mil seguidores em seu perfil no Instagram. Três anos depois, mais de 2,5 mil produções artísticas já foram divulgadas na página do Museu, que hoje reune cerca de 127 mil seguidores.
O fato é que foi-se perdendo o sentido no termo isolamento a partir do momento em que deixamos de viver nessa circunstância e, por esse motivo, se torna mais do que necessária e coerente a mudança do nome do museu. Com a proposta de "deixar o passado para trás" e compartilhar trabalhos artísiticos sobre o contemporâneo, independente de uma temática específica, Luiza Adas afirmou via Instagram: “Se existem museus que se propõem a falar sobre o passado e sobre o futuro, por que não criar um espaço para falarmos sobre o agora?”.
E realmente, o Museu do Isolamento, na verdade, sempre foi sobre o agora. Desde as produções que abordaram debates sociopolíticos por meio da arte até as representações do cotidiano privado durante a pandemia, todos esses trabalhos eram, inevitavelmente, sobre o agora. E assim como as produções artísticas sobre o isolamento social foram se tornando menos frequentes com o passar do tempo, é de se esperar que o museu acompanhe e aborde outras temáticas.
É de extrema importância que instituições culturais, principalmente as novas, como o Museu do Agora, saibam se reinventar diante da defasagem de seu próprio conteúdo, principalmente quando existe a ameaça seletiva do universo digital (meio em que o museu atua). Mudar, abrir espaço, saber reconhecer, afirmar e garantir sua própria relevância é um ato necessário de coragem. E que continue sendo um sucesso.
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